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Tese do Núcleo José do Patrocínio, independentes e outros militantes do PSOL Campos apresentada à Plenária Municipal para o 6º Congresso Nacional do PSOL

Diante da pior crise enfrentada pelo sistema capitalista desde a década de 1930, somos lançados num mundo de incertezas marcado pelo descrédito das formas tradicionais de representatividade e pelo fortalecimento da extrema direita racista, machista e LGBTfóbica nos quatro cantos do globo, incluindo os países centrais, como EUA e Alemanha.

A América Latina não escapa desse movimento histórico, que no Brasil encontrou ponto culminante no golpe jurídico-parlamentar que destituiu uma presidente eleita, não pelos problemas de seu governo – que não foram poucos -, mas com objetivo de obstruir a Operação Lava Jato e, sobretudo, para abrir caminho ao maior ataque aos direitos dos trabalhadores da história moderna do país.

Dentro desse quadro que não para de se agravar, vivemos no estado do Rio de Janeiro a crise mais aguda. Como que de um dia para o outro, o sonho da cidade-negócio olímpica se transformou no pesadelo de um governo que ao mesmo tempo que declara guerra contra o povo negro, pobre e periférico, obriga aposentados e servidores a se humilharem em filas de sacolão para não passar fome.

Durante os anos de euforia, o PSOL foi voz solitária na denúncia do projeto da aliança PMDB-PT no estado e, diante do cenário de barbárie atual, é chegada a hora de aproveitar o capital político acumulado nesses anos de luta contra Cabral, Pezão e sua turma para propor uma alternativa viável à população. Sendo o momento especialmente propício em Campos dos Goytacazes.

Após décadas de desmando, Garotinho finalmente perdeu o controle político do maior município do interior do estado, sendo derrotado ainda no primeiro turno por um grupo de jovens com pouca experiência política, mas nascidos em tradicionais famílias da elite local. 

O grupo representado pelo prefeito Rafael Diniz – de forma surpreendente – mostrou-se capaz de aproveitar esse momento histórico único, capitaneando uma grande frente ampla anti-Garotinho, incluindo setores progressistas da cidade que foram deixados à deriva pela ausência de candidaturas de esquerda. Muitos destes continuam fazendo parte do governo na condição de coadjuvantes das velhas elites, agora vestidas com novas roupas.

Essas contradições, contudo, tornam-se cada vez mais agudas à medida que o governo municipal revela sua verdadeira face – conservadora -, fazendo uso da justificativa da falta de recursos para implementar programa não muito distante do projeto do PMDB de eliminação de direitos sociais e de privatização do patrimônio público em benefício dos amigos empresários.

Os progressistas que se dizem surpresos com a gestão se esquecem de um detalhe: a prefeitura de Campos está nas mãos do PPS, partido que participou ativamente do golpe e que continua fazendo parte do Governo Temer, mesmo diante de todas as evidências de corrupção generalizada. Nem mesmo a imagem obscena das malas de dinheiro de Geddel foi capaz de fazer o PPS, do prefeito, entregar o Ministério da Defesa.

Ao PSOL, não basta apenas apontar esses problemas. É preciso ir muito além, apresentando-se à sociedade campista como uma alternativa viável. Tarefa que – logicamente – demanda muito trabalho da militância, mas que encontra um momento especialmente favorável. Mais do que uma oportunidade, trata-se de um dever histórico.  

Com a expansão da rede universitária local nos últimos anos, houve um fortalecimento significativo de setores progressistas que, por não perderem de vista a relação entre conjuntura local e nacional, não deixam de enxergar no PSOL um instrumento importante de transformação da dura realidade da população campista, que tem um dos piores IDHs do estado e sofre com elevados índices de desemprego. Muitos tentaram se aproximar do partido nos últimos anos, mas acabaram se afastando, decepcionados com o que encontram.

O desafio é, portanto, construir, de forma democrática, um novo campo político dentro do partido – livre das velhas práticas que continuam a impedir o PSOL de ser levado a sério no município -, para acolher a pluralidade de pessoas dispostas a arregaçar as mangas para construir uma nova cidade.

O PSOL tem tudo para crescer em Campos, e vamos lutar por isso.

NOSSAS BANDEIRAS DE LUTA:
 

  • Primeiramente, #ForaTemer e eleições gerais diretas já

  • Oposição democrática, construtiva e responsável ao governo municipal

  • Todo apoio às lutas da UENF, UFF, IFF e demais instituições públicas de ensino

  • Apoio às lutas dos funcionários públicos do município, principalmente da Saúde e Educação

  • Apoio às lutas do MST, à resistência LGBT, à causa antimanicomial, aos movimentos negros e quilombolas da região e compromisso com a construção de setorial de mulheres no município

  • Apoio ao esporte, pensando a tradição do futebol como parte da cultura campista

  • Promoção de ações culturais, como cineclubes, exposições de arte, atividades literárias e eventos musicais

  • Construção de um PSOL independente, democrático e ativo em Campos, trabalhando constantemente para explicar aos novos militantes como funcionam as disputas internas do partido e promovendo cursos de formação política

 

Campos dos Goytacazes, 30 de setembro de 2017

 

ASSINAM A TESE:       

Gustavo Machado      

Rodrigo Pedrosa                     

Fábio Puglia  

Leonardo Puglia          

Evelyn Rueb                                      

Gisela Menezes

Delma Seabra

Igor Pena

Pablo Saraiva

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