No dia 7 de maio de 2022, nós, representantes de diretórios e militantes do PSoL no interior do estado, nos reunimos no Varandão da Aduenf, em Campos dos Goytacazes, para o 1º Encontro do PSoL do Interior do Rio. 15 municípios estiveram presentes: Campos dos Goytacazes, Maricá, São Fidélis, Silva Jardim, Macaé, Itaboraí, Rio das Ostras, Bom Jesus do Itabapoana, Itaperuna, São João da Barra, Cabo Frio, Nova Friburgo, Cordeiro e Cantagalo. Após amplo debate, foi redigido este manifesto.

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O Brasil vive um grave momento histórico, e os desafios da luta contra o bolsonarismo e pela construção do socialismo se fazem muito mais difícieis no interior do que na capital. Foi o que confirmou a fala de cada militante presente a este encontro. Seja porque o conservadorismo é maior fora da região metropolitana, seja porque é inevitável que a desigualdade capital x interior se reflita dentro do próprio partido, já que é uma dinâmica estruturante da sociedade capitalista.

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É por isso que a construção do PSoL no interior fluminense é um desafio que só pode ser encarado, de fato, pelos próprios militantes do interior, que conhecem e vivem a realidade de cada território. Lembrando que essas realidades são diferentes entre si. São vários interiores.

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Este encontro representa um marco nesse sentido, pois a mobilização que construímos coletivamente desde agosto de 2021 continuará atuando como um vetor do enraizamento do partido por todo território fluminense, de modo a estimular o surgimento de fóruns regionais.

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Até o próximo encontro, que será realizado em Rio das Ostras em 2023, a militância aqui presente se compromete a somar forças em suas lutas, pautando a construção pelo auxílio mútuo entre os territórios. A começar pelos municípios vizinhos.

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Isso evolve o fortalecimento das figuras públicas do interior e a estruturação de canais de comunicação entre seus militantes. Envolve também a construção de cursos de formação pensados a partir das especificidades do interior, incluindo formação teórica e formação prática voltada à organização e a nucleação contínua do partido.

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Nessa caminhada, o estreitamento do diálogo com o diretório estadual é fundamental e lutaremos por isso, mas não podemos nos acomodar. Devemos buscar formas de autofinanciamento que preservem o caráter orgânico da nossa construção.

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Entre os principais desafios colocados diante dos militantes do PSoL no interior, está a luta pelo direito à moradia e a luta pelo direito ao transporte, que além de tornar mais dura o dia a dia da classe trabalhadora, impacta diretamente nossa capacidade de mobilidade e articulação pelo território fluminense. Isso significa iniciar um esforço coletivo de enfrentamento aos monopólios de transporte de cada município, começando pela Autoviação 1001, que monopoliza o transporte em todo o estado.

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Também devemos estimular o debate em cada território sobre os usos de participação especial e royalties do petróleo e, principalmente, fortalecer a perspectiva ecossocialista. É fundamental para o enfrentamento dos problemas dos municípios do interior do Rio, como a luta pela preservação da restinga em Cabo Frio e na região do porto de Jaconé, em Maricá, além da luta pela agricultura familiar dos camaradas do MST em Silva Jardim e da luta pelo reflorestamento, importante em todos os municípios, mas que se torna mais dramática na região de Itaperuna.

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Isso significa enfrentar o grande capital e a brutalidade da repressão estatal, como fizeram, com grande custo pessoal, os agricultores do Açu sob a liderança da querida companheira Dona Noemia Magalhães. Só que não basta fazer o enfrentamento, é preciso ir além, propondo um novo modelo de desenvolvimento econômico para o nosso estado, que seja alternativo à lógica de predação absoluta dos grandes empreendimentos, como o Complexo do Açu. O que envolve integrar a malha econômica a um modelo de educação popular e inclusiva.

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Continuamos enxergando no PSoL o principal instrumento para a construção do socialismo no Brasil, mas repudiamos a forma antidemocrática como a federação com a Rede foi aprovada, sem nenhum diálogo com as bases. Nossa luta é pela construção do PSoL no interior, mas também pelo restabelecimento da democracia dentro do partido em âmbito nacional.

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Campos dos Goytacazes, 7 de maio de 2022

 

Assinam esse manifesto:

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Alex Sandro Rodrigues dos Santos – Silva Jardim
Ana Regina Soares Ribeiro – São Fidélis
André Camacho – Miracema
Beatriz Carvalho – Cantagalo
Breno Bittencourt de Queiroz Vieira – Campos dos Goytacazes
Breno Costa da Silva – Cordeiro
Carlos Faleiro - Itaboraí
Daniel Santos – Cabo Frio
Daniela Celestino de Abreu – Campos dos Goytacazes
Danielle Pádua – Campos dos Goytacazes
Ricardo Soares – Silva Jardim
Ellias Leão – Itaperuna
Fábio Gripp – Nova Friburgo
Fábio de Azevedo Cabral – Bom Jesus do Itabapoana
Fábio Seabra Puglia – Campos dos Goytacazes
​Flávia Lanari - Maricá
Gabby Maturana Teixeira – Campos dos Goytacazes
Gabriel Ribeiro Moraes – Campos dos Goytacazes
Germano Godoy - Campos dos Goytacazes
Glauber Braga – Nova Friburgo
Guilherme Vasconcelos – Campos dos Goytacazes
Gustavo Machado Ribeiro de Souza – Campos dos Goytacazes
Isabella de Oliveira - Niterói
Igor Bonan - Cordeiro
Janice Reallinas – Maricá
Johnatan França de Assis – Campos dos Goytacazes
Julio Alves - Macaé
Juliana Guzzo - Cantagalo
Leyla Rodrigues de Macedo – São Fidélis
Léo Puglia – Campos dos Goytacazes

Lucas Henrique Muniz de Oliveira - Maricá
Lucas Rosena - Maricá
Lucas Viana dos Santos – Campos dos Goytacazes
Luciana Rocha – Campos dos Goytacazes
Marcos Costa – Maricá

Marieta Oliveira de Paula
Monique Rangel do Carmo Gouveia - Macaé
Natália Soares – Campos dos Goytacazes
Newton Magalhães - Maricá
Noemia Magalhães – São João da Barra
Rafaelly Galossi – Campos dos Goytacazes
Ricardo Nóbrega – Campos dos Goytacazes
Ricardo Soars Wilson – Silva Jardim
Rodrigo Noel – Rio das Ostras
Rozilea Maria Bastos Carlos – São Fidélis
Saulo Azevedo  - Itaperuna
Sérgio de Freitas Alves – Rio de Janeiro
Tatiane Soares – Campos dos Goytacazes
Zeni Rocha - Maricá

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